As mágoas que levo no peito, as peles secas, os olhares fragmentados dos olhos que quase não são meus.
O que sobrou da criança que brincava no quintal, com os amigos.Araçaúna madura, carambola do pé...
Onde foi parar o riso da boca larga. Parece não querer mais servir a alegria esta bocarra.
(pintura do muralista Diego Rivera)
O dia clareava com lua sempre quando eu era menina.Agora só vejo noite escura.
Eu ouvia discos na sala, mamãe chorava no quarto. Comíamos gemada...Ha! A vida era doce, feria às vezes, mas mesmo assim era gentil.
Me apaixonava pelo primo, banhos de cachoeira, bolo de avó.
Todos dormem e eu fico acordada.Me abandono na madrugada.
Batem à porta ...Por diabos atendi?
Era pra ser noite casual. Tornou-se noite onde enterro mas um fragmento do meu olhar.O poeta me iludiu.Pasárgada não existe mesmo!
por Fabrícia Dias
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